Maçonaria

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Presença de Deus nas lojas maçônicas

Existem dois dogmas considerados pétreos na maçonaria: A crença no Grande Arquiteto do Universo e a Imortalidade da alma; nenhum candidato a pertencer a Ordem poderá ser admitido se não responder afirmativamente a crença nestes dois pré-requisitos.O iniciado percorrerá, ao longo da sua vida maçônica, um longo caminho na procura da verdade, metafisicamente falando, à procura do absoluto; aprendemos com Hiram, o construtor do templo de Salomão (2 crônicas II–13), segundo pensamos, um dos nossos irmãos do passado, esta terrível e ao mesmo tempo intrigante constatação:Viver não é toda a vida, indicando, para quem tem ouvidos para ouvir, que deverá haver uma existência futura.Esta afirmativa ecoa, para nós Cristãos, nas palavras de Jesus que disse: Eu sou a ressurreição e a vida!Não iremos voltar à história longínqua do passado da nossa Ordem, fase a que, embora, histórica e filosoficamente, os iniciados podem ter acesso e comparar com os nossos manuais, mas que, para o profano, muitas vezes possa parecer que estão encobertas por lacunas documentais, cujos ecos reverberam nas curvas dos séculos.A moderna maçonaria foi instituída na Inglaterra a partir de 1717 e está toda alicerçada em um documento promulgado em 1723 e que se tornou a viga mestra da nossa Instituição: A Constituição de Anderson; a partir daí, até os dias atuais, nenhuma cláusula pétrea desta Constituição foi modificada por qualquer corpo maçônico de todo o mundo.Este documento foi escrito por James Anderson, um pastor protestante escocês, que compilou e ordenou os velhos arquivos, comparando-os e conciliando-os com a cronologia da história do mundo.Interessa-nos, para o momento, destacar deste documento o seu 1º Capítulo: Deveres para com Deus e a religião, onde se lê ipsis litteris (na tradução do original inglês): “Um maçom é obrigado, por sua condição, a obedecer à Lei moral; e se compreende bem a Arte, não será jamais um Ateu, nem um libertino irreligioso (grifos nossos). Mas se bem que nos tempos antigos os Maçons fossem obrigados, em cada país, a ser da religião, qualquer que fosse, desse país, contudo é considerado mais conveniente de somente os sujeitar àquela Religião sobre a qual todos os Homens estão de acordo, deixando a cada um suas próprias opiniões; isto é, serem Homens de bem e leais, ou Homens de Honra e de Probidade, quaisquer que sejam as Denominações ou confissões que os possam distinguir”. Em 1949, as três Grandes Lojas da Inglaterra, Irlanda e Escócia, fizeram a seguinte declaração conjunta (resumo):“A primeira condição para ser admitido na Ordem como membro é a fé no Ser Supremo. Condição considerada essencial e que não admite contemporização; a segunda é que a Bíblia, considerada pelos maçons como o Livro Sagrado da Lei, permaneça aberta em Loja. Todo candidato deve prestar seu juramento de compromisso sobre este livro sagrado, nos três troncos religiosos monoteístas, a saber, o Hebraísmo, o Cristianismo e o Islamismo, segundo sua crença pessoal, dando caráter solene a seu juramento ou a promessa por ele feita”.No Brasil, um dos maiores críticos da maçonaria, por razões que não cabe aqui discutir, frei Boaventura Kloppenburg, no Capítulo VI do seu livro publicado em 1961 “A maçonaria no Brasil – Orientação para os católicos” afirma:“A maçonaria merece, sem dúvida, nossos mais vivos aplausos pelo fato de manter, intransigentemente, em repetidas e solenes declarações de princípios, a crença num Ser Supremo e mesmo na espiritualidade da alma e no primado do espírito sobre a matéria. Na vigorosa afirmação deste princípio não podemos incriminar a maçonaria; pelo contrário: deve merecer o nosso reconhecimento e louvor (nosso grifo)” Há de se considerar, ainda, que a maçonaria considera esta crença em um Ser Supremo como uma doutrina Teísta, tendo sido sufocada pelas discussões, a ideia do Deismo no seu seio.Albert Pike, autor de uma das mais impressionantes obras da maçonaria universal (Moral and Dogma of Freemasonry, 1871) afirmou neste mesmo livro que “A fé presente em um homem pertence-lhe tanto como a sua razão. No homem, o Divino está unido ao humano”.Embora o filósofo espanhol Ortega y Gasset não tenha sido um maçom, permito-me repetir uma das suas famosas frases para fazer ilações com o que disse Pike: O homem é ele e suas circunstâncias!

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